LOCAL
Consolação - São Paulo
TIPO
Apartamento Residencial
ÁREA
100 m2
"Menos é mais." – Ludwig Mies van der Rohe
No centro de São Paulo, onde a Consolação se encontra com a agitação eterna da cidade, ele buscava o contrário do que o rodeava. A poucos passos da Avenida Paulista, entre restaurantes, bares e baladas, queria encontrar, ao fim do dia, um espaço onde pudesse simplesmente existir.
O apartamento de 100m² tinha uma configuração pouco convencional. Havia um certo charme, mas também excesso. O piso de madeira escura pesava nos olhos. A cozinha, com uma ilha central de concreto, interrompia o fluxo dos ambientes e tornava estreito o caminho entre eles. As texturas, embora marcantes, já não faziam sentido.
Ele chegou com um pedido claro: queria mais leveza. Um lar que respirasse. Que refletisse uma rotina intensa, onde cada retorno para casa precisava ser reparador. Ainda assim, desejava manter alguns detalhes que lhe eram queridos, como o mármore dos banheiros, que falava de permanência em meio à mudança.
A ilha foi removida, abrindo espaço para uma cozinha mais funcional e conectada. A bancada, agora voltada para a parede, trouxe amplitude. A escolha por granito escovado, aplicado também como frontão, garantiu uniformidade e discrição. Os eletrodomésticos ganharam um novo nicho em torre, a torneira passou a ter filtro embutido, e até os temperos, antes dispersos, agora têm lugar certo.
Entre a cozinha e a sala, reposicionamos a mesa de jantar. Agora redonda, com tampo em Mármore Verde Guatemala, ela ganhou destaque no novo centro da casa. Acima, o pendente de Giancarlo Fassina não é apenas iluminação, é ponto de atenção. Um objeto de desenho preciso, como tudo o que compõe esse novo lar.
No piso, o parquet escuro foi substituído por tacos de Tauari, variando de 55 cm a 2 metros. A madeira clara trouxe suavidade e reforçou a ideia de continuidade entre os ambientes.
As novas janelas acústicas foram essenciais. Instaladas na sala e no quarto, trouxeram o silêncio necessário para descansar verdadeiramente, um contraste essencial com o ruído constante da cidade lá fora.
No corredor íntimo, antes apertado e com pé-direito de apenas 2,08 metros, conseguimos elevar a altura para 2,33 metros. Essa mudança, além de técnica, foi sensível. O espaço, antes opressivo, agora se abre com leveza. A nova iluminação em perfil de LED percorre o teto até o quarto de hóspedes, guiando o olhar e ampliando a sensação de profundidade.
O Projeto Mies é, acima de tudo, sobre equilíbrio. Entre memória e novidade. Entre estética e função. Entre a velocidade da cidade e a calma necessária de quem precisa, todos os dias, começar de novo.
E como dizia Clarice Lispector, “Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome.”
Mas por aqui, entre mármores, madeiras e silêncios escolhidos, chamamos de lar.
COMO IMAGINAMOS

COMO ERA

LAYOUT


























